Política

Eleições presidenciais são tema de debate aberto à comunidade na UFSM

José Mauro Batista

Foto: Vidal Cavalcante (Arquivo pessoal)
Na imagem de arquivo, debate entre os candidatos Fernando Collor de Mello (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (à dir.), nas eleições de 1989

O que as eleições presidências de 1989 têm em comum com outros pleitos para presidente da República?
O processo eleitoral deste ano é semelhante ao daquele ano, quando os brasileiros escolheram o presidente pelo voto direto após um período de quase três décadas da última eleição direta?
O que mudou nos partidos e no comportamento do eleitorado entre aquela primeira eleição direta até a deste ano?

As respostas a essas e outras perguntas começaram a ser buscadas pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Ciência Política (NPCP) do Departamento de Ciências Sociais (DCS) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que criou o Grupo de Análise e Debate 1989 a 2018

A cada 15 dias, um grupo de professores e estudantes vai analisar e debater textos sobre cada uma das eleições presidenciais. O primeiro de vários encontros que ocorrerão durante todo o ano, no prédio 74 A, sala 2275, no Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), no campus, foi realizado na última quinta-feira. Os participantes debateram a eleição presidencial de 1989, um pleito bastante acirrado e que colocou, no segundo turno, dois candidatos de campos político e ideológico opostos: Fernando Collor de Mello (PRN), representante da direita, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da esquerda.

- A ideia é analisar o contexto de cada eleição, as temáticas e o que caracterizou cada uma delas, e, no final, buscar mapear pontos em comum, comparar dados - explica o professor de Ciência Política do Departamento de Ciências Sociais da UFSM Cleber Martins, que coordena o grupo de estudos.

1989 e 2018
O professor avaliou semelhanças e diferenças dos cenários de 1989 e 2018 em termos de candidaturas: 

_ Em 1989, foi a primeira vez que houve uma eleição com segundo turno, e praticamente todos os partidos lançaram candidatos. O centro não teve bom desempenho no primeiro turno. Em 1989, no segundo turno, havia dois campos muito claros, e já se debatia a redução do tamanho do Estado, a favor e contra. Hoje, temos a fragmentação de posicionamentos ou posicionamentos mais difusos. Em 2018, não há campos muito definidos, é um cenário bem imprevisível. 

PRISÃO DE LULA
O professor também avaliou os efeitos da prisão de Lula para as eleições deste ano:

- Com exceção de 1989, quando Collor (Fernando Collor de Mello, do PRN) ganhou, houve um protagonismo do PSDB e do PT dali em diante. A partir de 1994, o PSDB ganhou duas vezes, e o PT venceu quatro eleições presidenciais. No cenário de hoje, pode não ocorrer essa polarização. Em 2018, há um quadro de prejuízo para o campo da esquerda, sem o Lula, e há um quadro mais favorável ao campo de centro-direita. Claro que, com o Lula, muda esse cenário, porque ele é líder nas pesquisas. Mas as coisas ficarão mais claras quando começar a campanha. 

ABERTO AO PÚBLICO
Os encontros, abertos à comunidade, já estão definidos no primeiro semestre. Os estudos avançarão até o final do ano, com o processo eleitoral de outubro deste ano.
- A ideia é gerar material, se não livro, ao menos publicar os textos em nossa página no Facebook - adianta Martins.

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COMO FUNCIONA O GRUPO

Quem promove

  • Núcleo de Pesquisa e Estudos em Ciência Política da UFSM

Quem participa

  • Professores e estudantes
  • Os encontros também são abertos à comunidade e não têm custos

Como são as atividades

  • Os encontros são quinzenais, às quintas-feiras, das 17h às 19h, no prédio 74 A, sala 2275 (CCSH campus)
  • A metodologia consiste em leitura, apresentação e discussão de textos
  • A participação dá direito à certificação pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Ciência Política
  • Mais informações sobre o grupo e os textos estão disponíveis no perfil criado no Facebook. É só acessar facebook.com/groups/275949432790960

Quais são os objetivos

  • Analisar o contexto de cada eleição presidencial desde a redemocratização do país, as temáticas de cada uma delas e o que mais caracterizou cada pleito, como o que os candidatos defendiam, os partidos, a propaganda e os debates, entre outras questões
  • Mapear pontos em comum entre as eleições e comparar dados, como participação do eleitorado, entre outros, para buscar entender o processo eleitoral para presidente da República

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Encontros do 1º semestre

  • 19/04 - Eleição de 1998
  • 10/05 - Eleição de 1994
  • 24/05 - Eleição de 1998
  • 07/06 - Eleição de 2002
  • 21/06 - Eleição de 2006

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Encontros do 2º semestre

  • No 2º semestre, serão analisadas e debatidas as eleições de 2010, 2014 e 2018 em encontros que continuarão ocorrendo de 15 em 15 dias
  • A intenção é realizar de 3 a 4 encontros para acompanhar o processo eleitoral deste ano.

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